
É noite e uma luz
pontual se acende, meus olhos demoram alguns segundos para se acostumar. Não me
sinto bem, seguro a bile que sobe pela minha garganta. O que aconteceu?
Você não está aqui.
Quanto tempo eu
pensei em nós dois, antes mesmo de nos conhecermos você sempre esteve aqui, nos
meus pensamentos. Eu esperei pelo dia em que íamos nos conhecer, e no quando eu
poderia te dizer “parabéns, mas você demorou, onde estava?”. Nós iríamos viver
tudo o que teríamos que viver, e depois chegaria o fim. O temível fim.
Foi bom, sabe, você
foi meu maior vício. Eu estou em abstinência desde que você se foi. É uma
doença incurável, eu não consigo passar das três. Não existe luz nesse lugar
capaz de curar isso. Foda-se meus olhos.
Eu ainda me lembro,
de tudo. Seu abraço quente. Seu toque. E todas as risadas que demos nessa mesma
cama. Você estava feliz, então eu também estava. Sempre foi assim, uma via de
mão única. Nós transávamos ao som de Lana Del Rey e depois eu ouvia Selena
Gomez para te recompensar. Eu sabia que não era tortura, para ambos os lados.
Amar é permitir que outra pessoa te conheça como ninguém jamais de conhecerá um
dia. Eu me abri para você.
Você ainda tem as
músicas do Ultraviolence em sua playlist? Eram as suas favoritas.
Um dia você me disse
que eu era um mistério, e que você queria desvendar cada curva. Eu acreditei
nisso e você se foi. Você sequer me disse adeus. É meio cruel, eu nunca
esperaria isso de você. Às vezes eu paro para pensar em que parte do mundo você
pode estar, dói.
Eu me viciei no vazio
que você deixou, me apeguei a ele da mesma forma que raízes pertencem ao tronco
de uma árvore. Eu não queria te deixar ir, você é a minha raiz. Seu abraço é
quente e você é minha heroína favorita.
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